quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Caos urbano - O dia em que o céu caiu


Ignorando todos os telejornais, as notícias na internet e o meu pai fui para o Rio hoje. Minha teimosia chega ao ponto em que posso confundi-la com burrice... De qualquer forma saí de casa às 11h10 como de costume e fui até Niterói sem problemas maiores. Peguei o 740-D e fui em pé, mas até aí nada demais. Ponte fluindo normalmente... Mas aí PERIMETRAL!!! O ônibus parou de tal modo que os motores poderiam ser desligados, as pessoas poderiam esticar as pernas do lado de fora e voltar. Ok, ninguém iria querer sair de lá para pegar chuva. De qualquer modo assim se desenrolou a situação, ou melhor, não se desenrolou nada. Aí notei o grande erro que cometi. Com meu mp3 no ouvido e de pé, com movimentos corporais seguindo o ritmo da música, os minutos começaram a passar. Felizmente uma colega-caloura ECOína estava lá sentada, podendo segurar minha mochila. E assim foi... As pessoas começaram a arrumar o que fazer para passar o tempo. Essa minha colega pegou um texto para ler, um homem no fundo do ônibus lia um livro (e terminou antes mesmo do ônibus se mover 2km), uma mulher ao lado dele começou a fazer croché, duas estudantes da UFF começaram e terminaram um trabalho, uma bela mulher de rosa com olhos castanhos apenas ficou ouvindo música e eu me questionava a cada minuto do motivo de ter saído de casa. Em alguns momentos a condução começava a vibrar de uma maneira estranha o que logo levava a acreditar que não chegaria ao final daquela via de concreto que corta a paisagem do Rio ao meio. Felizmente isso não ocorreu e chegamos ao fim da Perimetral por volta de 13h, onde algumas pessoas prontamente desceram, deixando lugares vagos. Tão logo sentei dormi e sonhei. O sonho, obviamente, era mais agradável que aquela situação. Acordei praticamente 1h depois, às 14h, assustado com o fato de ter me movido apenas alguns metros. Foi a gota d'água (haha!). Avisei à Thaís (não a itaipuense, a gonçalense) que a melhor coisa a fazer era sair de lá e voltar pra casa, preferencialmente de barca e foi o que fizemos. Fomos até as proximidades do Odeon onde ainda cogitei a possibilidade de ir até a casa do meu pai, correndo o risco de pegar mais trânsito, mas desisti assim que acreditei nessa possibilidade. Caminhamos/Pulamos as poças para chegar à Praça XV. Andar debaixo de chuva é sempre muito emocionante. Estação cheia: muitas pessoas retornando antes do horário e a quantidade de sempre de barcas de horários que não são no rush das 18h. A partir daí foi apenas chegar em Niterói, pegar um ônibus no terminal e voltar para casa. Estranhamente o lugar onde encontrei as pessoas mais estressadas foi no que fazia o último percurso necessário para chegar ao calor e aconchego da minha residência. Apenas abstraí aquilo... Chegando em casa não resisti, meu corpo cansado apenas me conduziu até a cama e dormi/desmaiei.

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A maior preocupação do dia foi: Será que os palcos do Tim Festival são cobertos?!

Estou começando a acreditar que eu procuro situações que me deixam chateado...

Resultado do dia: uma calça muito molhada, um Adidas encharcado, muito cansaço físico, dinheiro gasto inutilmente, 6h em conduções públicas e notar como estou mais paciente.

Como será o amanhã?

A California se acaba em fogo, o Rio de Janeiro, em água.

6 comentários:

Anônimo disse...

caraca Pedro, é muita vontade de ir pra aula, num é possível!!!
Na hora que acordei escutei várias notícias assustadoras que São Gonçalo estava alagado em tal lugar, e engarrafado em outro...
Extremamente corajoso você e absurdamente sem noção!

Isabelle disse...

Aihhhhhhhh Pedrock, só vc!
Sabia que vc ia, Sabia lá no fundo! rsrsrsrs

Amanhã te chamo mais desse novo apelido, ok? rsrsrs

B. disse...

Insistir em um erro é burrice...(6)

Anônimo disse...

Sua última frase foi sábia, e, na boa, eu prefiro água! Melhor do que ter que evacuar minha casa e ainda ficar olhando o Arnold Schwarzeneger se pronunciando na televisão, sabendo que ele governa meu Estado ( e chegou lá democraticamente).

Mas boas coisas vieram com o dilúvio, e ganhamos novos prazos. A vida é boa, meu amigo.

Ah, btw, te chamei de corajoso por causa da sua viagem mais cedo, mas agora a palavra que me vem à cabeça nem é essa u.u

;*

Luiz Fernando disse...

bom eu fui a eco eu peguei chuva em varios momentos do meu dia e com certeza vou ficar gripado

mas ate que foi divertido
mas nao repetirei a aventura amanha caso contyinue chovendo pra evitar uma pneumonia

Leafar Gay disse...

Muleque!!! Você tinha aula de que? Vai ter a coragem de dizer que num saiu de casa só pra ter assunto pro blog?

Mandou bem...suas histórias de ônibus são as melhores! hehehehe