domingo, 14 de outubro de 2007

Móveis Coloniais de graça! (leia que fará mais sentido)


Para quem não sabe nas quintas do mês de outubro, no Circo Voador, está havendo o Mola 2007, que se intitula como uma mostra livre de artes. Obviamente que no dia 11 eu não fazia a menor idéia disso, mas soube que haveria uma apresentação do Móveis Coloniais de Acaju de graça se chegasse antes de 19h30 ou por apenas 5 reais após esse horário (depois descobri que o horário gratuito se estendia até 20h). Mesmo sem qualquer informação precisa me desloquei pra lá, afinal uma visita à Lapa é sempre bem vinda e de graça aceitamos muita coisa. Como não tinha certeza se era realmente de graça fiquei observando as pessoas entrarem para ver se entregavam algum tipo de ingresso ou retiravam dinheiro das devidas carteiras. Percebendo que apenas recebiam folders e flyers ao atravessar a roleta logo fiz o mesmo. Passado o corredor de entrada, passada a roleta, passado o detector de metais, finalmente estava dentro do Circo. Era visivelmente minha primeira vez lá dentro, parecia que estava perdido naquele pequeno espaço. Dei a idéia aos meus acompanhantes, Thaís e Raffaele, de subirmos para melhor ver o que se passava no palco. Estava sendo exibido o curta "Picolé, pintinho e pipa", de Gustavo Melo. Parecia interessante... Depois disso algumas pessoas levaram uma cabine para o meio do círculo central, o que dava a impressão de ser um pequeno anfiteatro. Iriam encenar "Torturas de um coração", texto de Ariano Suassuna, com bonecos de fantoche. A "encenação" em si era desinteressante, mas o texto é ótimo. Muitos devem conhecê-lo. Ele foi inserido na série/filme "O Auto da Compadecida". É o momento em que Chicó (Selton Mello) tenta impressionar Rosinha (Virgínia Cavendish) desafiando o cabo setenta (Aramis Trindade) e Vicentão (Bruno Garcia). Depois disso um "palhaço" (sério, precisa de aspas) iria realizar "O Salto". Decepção e vergonha alheia... Após ter passado o trauma veio o mais divertido da parte de cênicas com Jean Bodin em "Desconstruindo". Um homem que nega ser gay (I'm not gay, but my boyfriend is.) e aos poucos vai acabando com essa imagem. Depois foi a "'Atriz Regina' em seu inferno astral", com um discurso digno de Adorno e muito clichê em relação ao cenário musical atual, vendo como salvação a MPB e blá blá blá. Algumas pessoas conhecem minhas críticas em relação a esse tradicionalismo da MPB. Finalmente, com quase 1h de atraso em relação à programação, começaram os shows . Primeiro veio a Orquestra Popular Brasil de Cara com uma sonoridade até legal, mas é deveras estranho ver aquele grupo de pessoas com pinturas e alguns adornos indígenas, porém todos brancos, com barba e cara de estudante de Antropologia (nada contra hein!). Fizeram uma ciranda no final e depois acabei descendo para o andar inferior. Em seguida foi a vez da banda Vulgo Qinho e Os Cara subir no palco. Ótima banda com um violão, uma guitarra, um baixo, uma bateria e um poeta. Mais detalhes sobre a apresentação dessa banda só pessoalmente, porque precisa de gestos. Vale a pena procurar. Quando a banda Caô de Raiz entrou eu confesso já estar impaciente com a demora do Móveis. Nada de especial nessa banda. Foi durante sua apresentação, eu sozinho, (enquanto as outras pessoas que estavam comigo foram "curtir a vibe" do Circo Voador) que aconteceu o fato mais interessante da noite. Óbvio que não direi nada. Quando o Caô guardou seus instrumentos comecei a ficar apreensivo. Estava chegando a hora! O número de pessoas triplicou, o calor aumentou, eu estava ficando desidratado e Móveis Coloniais de Acaju estava preparado para sua apresentação. Essa é com certeza a banda mais feliz do cenário musical brasileiro, ao vivo superam em muito suas gravações e são extremamente agitados. Meu grau de agitação deve ter chegado próximo ao dos integrantes da banda quando tocaram "Seria o Rolex?" e esbravejava a canção. Fiquei durante mais umas músicas, mas não cheguei a ver a rodinha que sempre fazem em seus shows. De qualquer forma estava me sentindo muito bem. Não paguei nada por uma das noites mais divertidas do ano. Missão cumprida.

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Estou realmente feliz com a notícia da aula de Economia de segunda. Mais um dia para... ficar em casa fazendo trabalhos...

O CD supremo de som moderninho pra galera moderninha tocando até furar no meu PC: Hot Chip, Kaiser Chiefs, Maximo Park, Chemical Brothers, Interpol e Radiohead. Notem minha set list.

Finalmente com um fone para ouvir compulsivamente minhas músicas!

Meu nível de estresse deu uma reduzida nesse feriado. Peço desculpas às pessoas nas quais descontei um pouco dele e agradeço por terem me agüentado.

3 comentários:

Luiz Fernando disse...

poxa shows de graça

isso me lembra que tem for fun e strike a 10 reais em nilopolis

é quase de graça. como é bom morar em um lugar pobre

e não fique assim cara todo mundo ta cheio de trabalhos pra fazer

p.s: precisa escolher melhor suas companhias

B. disse...

Concordo com o PS do Luiz.

Fim.

Anônimo disse...

ô que beleza... Lapa é sempre bom!
Circo Voador, de graça, melhor ainda!