segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Bares, filmes e música...

Não vão ao Botequim São Nunca, na praia de Icaraí! Nada a reclamar do ambiente, com a bela vista para a praia e a construção de madeira, nem das tevês de plasma que fazem com que a conversa na mesa seja dividida com a atenção despendida ao Big Brother eliminado na semana no Domingão do Faustão, isso tem em todo lugar hoje em dia e não há mais jeito. Dois fatores fazem desse boteco um lugar ruim: preço e atendimento. Tudo é muito caro! Não é agradável pagar R$3,80 em um chope Itaipava que nem possui um colarinho decente (não tão ruim quanto Sol nem tão bom quanto Brahma, mas com um preço injustificável, digno de boates). O sanduíche graciosamente apelidado no cardápio de Baixa Renda, contendo nada além de pão com mortadela, sai por R$7,50 e um mísero feijão amigo custa R$5,40. Você também deve desconfiar da descrição dos pratos, principalmente da palavra “generosa”, muitas vezes presente. Além do preço, o atendimento é péssimo. Os garçons ficam alheios aos fregueses durante boa parte do tempo. Tudo bem que estive lá no dia da final da Taça Guanabara, mas acreditei piamente que, findado o jogo e com as mesas mais vazias, eles dariam maior atenção aos clientes que a desviar de um torcedor exaltado. Ledo engano. Acredito que havia no máximo seis mesas ocupadas e era preciso fazer o mesmo pedido diversas vezes até que anotassem, sendo necessário frisar bem a todo o momento e se possível cobrar constantemente. Se estiver acostumado com aquele garçom que não deixa faltar chope na sua mesa, que já sabe de antemão seu pedido, terá uma amarga decepção. Não volto lá nem de graça, o Botequim São Nunca não merece a visita...

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E os irmãos Coen conseguiram! Quatro Oscars para o maravilhoso filme “Onde Os Fracos Não Têm Vez”. Negligenciei boa parte dos filmes que concorriam aos prêmios, mas torcia pela adaptação do livro de Cormac McCarthy. Uma história sem grandes reviravoltas, um final caracterizado por alguns como “coito interrompido” e muito da velha receita de Ethan e Joel. Seus personagens bem desenvolvidos, podendo destacar obviamente o frio assassino Anthon Chighur (“Sugar?”), interpretado por Javier Bardem, seus diálogos primorosos trazidos diretamente do livro e que curiosamente parecem com aqueles produzidos pelos irmãos e, por que não, uma metáfora para os dias atuais (esse ponto eu prefiro não comentar por certamente soar pedante, mesmo que me esforçasse). Acredito que as pessoas que freqüentam esse blogue saibam quais foram os prêmios, mas não custa nada dizer: Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção e Melhor Filme.

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“Esse papo de qualidade de áudio hi-fi é muito babaca. [...] Eu disse que hi-fi é uma mania de homens de meia-idade que tentam fazer a música soar tão boa quanto soava quando eles eram adolescentes. Mas isso nunca vai acontecer, eles nunca mais ficarão empolgados da mesma forma que ficaram quando ouviram a música pela primeira vez, saindo de uma caixa só. Eles não vão chegar nem perto disso, nunca mais.”, disse Jonny Greenwood em entrevista à revista Rolling Stone. Não sei o quanto isso é verdadeiro (e acredito que não esteja longe do que realmente é), mas não ligo para sons hi-fi (alta fidelidade). Por que querer a “perfeição sonora”? Preciosismo nem sempre é algo saudável. Lembro de ter visto o álbum “Racional”, do Tim Maia, sendo lançado em CD. Ele contava com duas gravações das músicas: uma remasterizada e outra diretamente vinda do vinil para manter o som “puro”. O arranhar da agulha tem seu charme, mas ter isso como pré-requisito para aproveitar algum som é exagero. Fundamentalistas podem gritar que o áudio é melhor, mas ele realmente chega a interferir na apreciação sonora? Acredito que não e sei que vocês dizem que sim. Claro que é possível baixar alguns arquivos em mp3 que são dignos de pena, mas às vezes o que realmente atrai é o lo-fi. Aquele ruído ambiente, aquela distorção, isso também pode ser um charme e ter a ver com o som de uma banda. Alguns artistas priorizam isso (ou dizem priorizar para justificar os poucos gastos com suas gravações) e, num mundo em que cada vez mais o som em circulação pode ter sido feito na casa de qualquer indivíduo e divulgado pela internet, a baixa fidelidade é predominante. Ultimamente tenho procurado esse tipo de som: Elliott Smith, Beck, The Moldy Peaches, Antsy Pants, Sufjan Stevens e muitos outros. Preciosismo ao contrário? É... Talvez... Não havia pensado nisso até agora...

6 comentários:

Tatiana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tatiana disse...

Eu tb não gostei desse bar quando fui...O pior é que eu reclamei do atendimento para o gerente e ele não fez absolutamente nada,sequer pediu desculpas. Mandaram o prato trocado pq o que eu queria não tinha e para completar só mandaram o molho quando todos já tinham terminado de comer.

B. disse...

Ok, anotado..vou lá no dia de são nunca...HA HA HA HA (bela piada, nao? (6))

Bia Seilhe disse...

Uma indicação, uma comemoração e uma análise. Um post quase completo! [faltou a parte escrota, mas alguns parenteses a gente releva]

ps: É... o nome do bar não é nada irônico, não?

Luiz Fernando disse...

ainda bem que eu não bebo mesmo...
e eu me recuso a comentar mais alguma coisa depois de ler o comentário do bernardo

criaturita exotica disse...

ah... realmente o bar é bem caro. mas existe uma coisa q vale a pena...a pizza de chocolate!! ah meu deus...é uma maravilha culinária!!