Estive na exposição Família Ferrez: novas revelações, no CCBB, hoje. Cansei de sempre adiar essa visita e decidi ir repentinamente, mesmo debaixo de chuva, o que pode ter dado um toque especial. Fotos documentais ótimas da cidade do Rio de Janeiro e de outras localidades. O desmonte do Morro do Castelo, a abertura da Avenida Presidente Vargas, a ressaca de 1922 que destruiu a Avenida Atlântica, além de panorâmicas da cidade anterior ao meio do século XX, quando ainda era apenas um projeto da metrópole que é hoje. Nada de arranha-céus, nada de grandes avenidas, nada de ponte Rio-Niterói, nada de multidões na rua... Um Rio aconchegante, um Rio com mais cara de Rio, que, apesar daquele esforço para parecer uma cidade européia, menos um não-lugar que hoje. Um tempo mais inocente que o nosso afinal não era nem preciso uma estátua do Cristo Redentor sobre o Corcovado para abençoar a cidade. Ele era apenas um projeto sendo realizado que preconizava como seria necessário no futuro para a imensa população cristã não perder sua fé. Confesso não simpatizar muito com o Cristo... E onde eu deposito minha fé? Acho que na humanidade mesmo, nos filhos do Rio, sejam eles ilustres ou anônimos. Esse Rio tão distinto daquele capturado pelas lentes dos Ferrez, mas ainda o mesmo. Esse lugarzinho pretensioso capaz de se auto-proclamar “cidade maravilhosa” e ter a audácia de convencer a si mesmo e ao resto do mundo. E pior, acho que nesse exato momento é o que também sinto...
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Nem só de momentos felizes foi feita essa visita à exposição. Eu particularmente não curto guias, mas pior que isso é quando acaba sendo algo involuntário e desnecessário. Explicando: estou eu vendo um dos diversos cadernos de fotografia quando se aproximam um senhor (passando dos cinqüenta anos talvez) e o que acredito ser o filho dele pela visível diferença de idade. Param ao meu lado para ver as fotos que eu estava vendo e não haveria qualquer incômodo não fosse pela insistente “explicação” que o senhor dava. Ele se resumia a ler em voz alta o que estava escrito nas legendas, sempre com um ar de profundo conhecedor do Rio antigo. Saco!
***Um aviso: a exposição não é composta apenas por fotos do Rio de Janeiro. Há também fotografias de outras cidades, estados e países.
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Depois de ter escrito essa postagem que passei nos blogues das outras pessoas e constatei que a onda era meio que falar mal do Rio...
4 comentários:
Nossa deve ser bem legal mesmo essa exposição! Vai ficar até quando?
Ah, realmente ninguém merece guias... e nesse caso aí deve ser pior ainda.
a exposiçao realmente parece legal
e que disposição a sua hein?
se aventurar com esse tempo...
A tendência atual agora é morar em NY. =P
Brincadeira.
Na verdade, eu reclamo não porque acho aqui o pior lugar do mundo (longe disso, tem Niterói que é pior, e São Gonçalo que é muito muito pior) mas eu não combino com essa cidade. Talvez eu também não combine com NY também, nunca morei lá.
Estou a procura da cidade ideal para mim. Passaria ótimas férias no Rio, mas morar aqui quase me enlouquece. A cidade não é feia, só é caótica e tem moradores que devem odiá-la porque a maltratam frequentemente.
=*
eu odeio o rio, nenhuma novidade nisso
é uma linda cidade para se passar uns dias, mas não para se morar. Prefiro Petrópolis mil vezes...
Ahh e a moda agora realmente é morar em NY!
Vivian, vc tem cara de novaiorquina, sério... vc é neurótica, estilosa e fala pelos cotovelos! A nvaiorquina perfeita ahuauhahuauhauhauha
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