O que é a hora do rush? Qualquer um é capaz de definir, embora não vá saber realmente o que é até vivenciar certas experiências. Na região metropolitana do Rio de Janeiro é impossível não citar a travessia da Ponte Presidente Costa e Silva, conhecida popularmente como Ponte Rio-Niterói. Diariamente milhares de trabalhadores se deslocam de um lado ao outro da baía de Guanabara por aquele elevado de concreto inaugurado em março de 1974. E estamos em que ano mesmo? 2008! Alguém acha que aquelas míseras quatro pistas (excetuando a praça do pedágio) são capazes de comportar o número de carros de uma maneira que não cause uma desordem absurda? Segundo a Ponte S/A a média é de 140 mil veículos por dia. Imaginem a concentração no rush! O que torna essa via mais divertida ainda é alguns de seus acessos, principalmente Avenida do Contorno em Niterói e Perimetral no Rio, que possuem DUAS pistas! Lembro de comentar, em meus tempos como aluno do Pedro II, o quanto era ruim seguir pela Rodrigues Alves, mas como seria pior depender da Perimetral. Pois é, “Poderia ser pior, né?”. Mas voltando... O resultado disso? Desde que voltei a ir pra faculdade não consegui chegar à minha querida moradia antes de 21h. Tudo por causa dessas malditas rodovias.
Porém, algo novo surgiu. Uma nova forma de pensar o problema. Se durante o Ensino Médio o medo era de ter que encarar a Perimetral, atualmente eu agradeço por passar longe da Avenida Brasil. Ou nem tão longe assim... Houve uma teoria levantada de que a culpa de todo o engarrafamento encarado para se chegar à Niterói seja dessa via expressa. Até faz sentido porque normalmente após a última descida para ela o fluxo volta a uma normalidade relativa para a hora do rush. A não ser quando, por algum motivo inexplicável, há uma retenção absurda na Grande Curva. E você pode estar se perguntando o que é a grande curva, certo? Ela é a única curva que existe na Ponte, pouco depois dela dizer adeus ao terreno da cidade do Rio. Até quinta eu não sabia que ela possuía um pseudo nome e um adjetivo que de tão óbvio beira o ridículo. Mas voltando à teoria, ela poderia fazer sentido se a sua autora não passasse a justificar qualquer mínima retenção ao longo do percurso feito de Botafogo até Niterói. Muitas vezes o buraco pode ser mais embaixo, sendo a real culpada a Linha Vermelha ou a Linha Amarela, ou mesmo a própria Ponte. Ainda podem ser acidentes, motoristas parados comprando biscoito Globo de ambulantes que serpenteiam o trânsito, pessoas que, após horas paradas no caminho de volta pra casa, precisam parar seus carros no meio da Perimetral para mijar (nem acreditei quando vi isso, ainda mais tendo ouvido diversas vezes da Fabiane em tom jocoso que o motivo de muitos engarrafamentos terminarem após um ponto em que nada havia acontecido fosse o motorista de algum veículo indo mijar)...
E o que aprendi com tudo isso? As metrópoles vão entrar em colapso num futuro próximo e a melhor coisa a fazer é voltar de barca.
¹ RAMOS, F. S. A Sociologia das Girafas e outros ensaios. Rio de Janeiro, 2008.
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Como já devem ter percebido minhas postagens estão praticamente semanais. Essa nova rotina não tem deixado tempo para elaborar sequer um texto que sirva minimamente para esse blogue.
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Em algum dia dessa semana vou postar um outro texto que escrevi. Estava relativamente inspirado.
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Na semana que vem tem maratona. Acho que nunca mais vou. Simplesmente não agüento ficar acordado ao longos dos três filmes. Essa rotina definitivamente está me cansando...
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Alguém aí tem algo a dizer sobre o comentário de Marcelo Madureira sobre o Glauber Rocha? Alguém aí acha que o pessoal do 2º período deve ter ouvido/vai ouvir a Ivana falar muito sobre isso?
4 comentários:
Eu tb li esse livro do Ramos. Muito bom alias.
E se tivessemos conseguido tirar a foto do mijão, ele devia ilustrar esse post.
E eu vi sobre esse furo bonito do Marcelo Madureira. A Ivana deve estar revoltadíssima, com a xexeca em tiras e liberando todo o seu ódio na EC3.
Aí, Ramos é um gênio, agora minha vida faz sentido...
"A culpa é da Brasil" será meu lema, junto com "VERRRRRDE"
Puxa, faz tempo que nao venho aqui...
engarrafamentos são fenômenos estranhos. É sempre muito difícil dizer como começam ou terminam... prefiro não pensar na possibilidade de ter meu dia estragado porque um idiota qualquer resolveu parar o carro para mijar. Em qualquer país isso seria impossível, mas estamos no Brasil e aqui as pessoas simplesmente não se importam com coisas supérfulas como o bem estar alheio e a boa convivência. Quinta demorei duas horas para chegar na serra... não sei porquê. Disseram que foi um caminhão quebrado, mas vai saber se não foi alguém apertado?
Tenho encontrado muitos niteroienses pelo blogger.
Moro em Niterói tbm e se eu sair de casa às 06:00h em ponto, chego na Central do Brasil às 06:30h.
Se eu sair 06:10h, às 07:00h ainda vou estar no vão central da ponte!.
Dez minutos fazem muuuuuuuuuita diferença.
Ma sé contar com a sorte. Só que andar até a praça XV para atravesar a poça, não dá!
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