Impedimentos, escanteios e tiros de meta

acabei indo assistir ao filme "fora do jogo" sozinho, mas não foi uma experiência ruim... embora muitos discordem, ir ao cinema sozinho não é deprimente, apenas diferente. curioso também foi notar que naquele cinema havia muitas pessoas sozinhas. parecia algo como solidão em conjunto ou qualquer outro paradoxo que valha. apesar de eu achar possível continuar discorrendo sobre esse assunto, não é a proposta que quero para hoje, mas sim falar um pouco do filme (pessoas que reclamaram da minha crítica sobre "os simpsons", não me esganem ainda e mais importante, não parem de ler). ele trata de garotas e mulheres iranianas que vão ao estádio assistir ao jogo que garantiu a classificação do seu país para a copa do mundo de 2006. até aí tudo bem, mas no irã mulheres são proibidas de freqüentar estádios de futebol... sendo assim, quem é descoberta usando um disfarce de homem (e com uma delas o disfarce vai além de apenas um homem, mas um policial) acaba num "chiqueirinho" localizado às margens do estádio, onde apenas é possível ouvir os gritos da torcida. partindo desse fato, o filme nos apresenta personagens que, num misto de comédia e drama, fazem com que participemos daquele momento angustiante em conjunto. porém, mais que isso, o filme trata do lugar da mulher iraniana na sociedade. ao perguntar para um soldado o motivo delas não poderem entrar para assistir ele diz que é devido aos palavrões e insultos ditos pelos homens (o que nos leva a uma cena hilária na qual uma personagem, ao ser levada ao banheiro masculino, precisa fechar os próprios olhos para não ler o que está escrito nas paredes). a questão é que essa resposta não parece convencê-lo e quem dirá a ela. afinal, há torcedoras japonesas que, embora argumentado que elas não entendam os iranianos, elas não entendem os japoneses? além disso a recíproca também existe. uma outra personagem (não, o nome delas não é dito) joga num time de futebol feminino e o seu técnico não pode acompanhar os seus jogos de dentro do estádio, precisando dar instruções pelo celular para alguém passá-las... tudo isso para "proteger" as mulheres da barbárie masculina. comparado com a nossa cultura atitudes como essas parecem um enorme absurdo, principalmente depois do ouro nos jogos pan-americanos, mas nós também, mesmo que não tão extremistas, convivemos com situações em que mulheres não são bem vindas. há mudanças desde o passado, sim, mas uma ponta de machismo permanece enraizada e eu mesmo não posso me excluir dessa. uma ilusão de igualdade nos engana. elas conquistaram espaço, mas... existem mulheres mais bem sucedidas que muitos homens, mas quantos daqueles abaixo delas hierarquicamente se sentem confortáveis de verdade? quantos ainda se acham no direito de se impor a qualquer mulher? e tratando de futebol, por que mulheres com as bandeirinhas ou com os apitos não geram tantos comentário sobre a competência, mas sobre o sexo?

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hoje estive bem próximo à marina da glória! não sabe a emoção que foi me imaginar no dia 26 de outubro seguindo para lá e vendo o arctic monkeys ao vivo!

cometi minha 1ª confusão entre o carioquês e o niteroiês. eu que sempre me gabava por saber mudar exatamente o meu vocabulário para adequá-lo à cada lado da baía de guanabara, numa conversa despretensiosa com a isabelle, às portas do terminal, sobre o joelho/italiano de qualidade duvidosa comido antes do cinema, acabei dizendo que comi um "joelho"... decadência!

essa ainda não é a postagem prometida sobre futebol, que levará mais uma semana pelo menos até ser concluído o trabalho de pesquisa.

na sexta estréia "o grande chefe". será que ir ao cinema na segunda está se tornando um hábito para mim?